Pará teve aumento de 16% em 2022 e já registra 22%, em três meses, do total de diagnósticos no ano anterior. O barbeiro (Rhodnius prolixus), inseto transmissor da doença de Chagas
AXS
Esta sexta-feira, 14 de março, é Dia Mundial da Doença de Chagas para conscientização da doença, que registrou aumento de 16% no Pará em 2022. O estado é responsável por cerca de 80% das ocorrências no Brasil, segundo o Ministério da Saúde.
Dados da Secretaria de Saúde Pública do Pará (Sespa) apontam que o estado já contabiliza, apenas nos três primeiros meses de 2023, aproximadamente 22% do que havia sido registrado em todo o ano anterior – confira os dados no gráfico:
Em 2019, as cidades mais afetadas pela doença foram:
Abaetetuba (45), Cametá (44), Breves (39), Belém (31) e Muaná (12).
Já em 2020, os 230 casos foram nas seguintes cidades:
Abaetetuba (28), Breves (26), Anajás (18), Belém (16) e Moju (14).
Em 2021, foram 284 casos confirmados nos municípios de:
Abaetetuba (36), Curralinho, (27), Cametá (25), Bagre (19), Breves (14) e (163) Limoeiro do Ajuru.
Já em 2022, os 358 ocorreram em:
Abaetetuba (74), Belém (34), Breves (32), Curralinho (20) e Bagre (18).
De acordo com a Sespa, até o dia 31 de março de 2023 foram confirmados 20 casos em Afuá; 14 em Cametá; 10 em Abaetetuba; 23 em São Sebastião da Boa Vista; 9 em Belém e 6 em Ananindeua.
Os dados também apontam que 80% dos casos tem sido registrados na zona rural, a maioria da contaminação (60%) tem ocorrido dentro de casa e o principal modo de infecção é a oral, com cerca de 80%.
Sobre a doença
A doença de Chagas é transmitida pelo inseto conhecido como “barbeiro”. Infectado, o inseto ao picar uma pessoa sadia deposita fezes contaminadas no ferimento, permitindo a entrada do parasito Trypanosoma cruzi na corrente sanguínea.
A transmissão pode ser via oral, por meio de alimentos contaminados pelas fezes do Tripanosoma cruzy, devido à falta de controle de higiene e de cuidados no momento do processamento. O açaí é um dos principais meios de contaminação. A transmissão congênita (mãe-bebê) também já foi identificada no Pará.
Sintomas
Na fase aguda, os principais sintomas são:
dor de cabeça,
febre,
cansaço,
edema facial e dos membros inferiores,
taquicardia,
palpitação e dor no peito
e falta de ar.
Como os sintomas iniciais parecem com o de outras doenças, a pessoa deve procurar a unidade de saúde mais próxima para atendimento médico imediato e realizar exames.
O diagnóstico precoce é fundamental nos casos de doença de Chagas, pois quanto mais tempo leva para o paciente iniciar o tratamento, mais danos o parasito causa no organismo, principalmente no coração e sistema digestivo.
Um paciente com suspeita da doença precisa ser logo notificado e imediatamente encaminhado para exame e início do tratamento.
O paciente com Chagas deve receber medicamento específico por dois meses e permanecer sob acompanhamento pelo período de 5 anos na atenção básica municipal e, quando necessário, por especialista cardiologista, infectologista e gastroenterologista.
Prevenção e controle
As principais medidas de prevenção e de controle da doença de Chagas desenvolvidas pela Sespa são monitoramento e supervisão de campo em municípios mais vulneráveis para avaliação dos casos notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan).
A secretaria também é responsável pelo ajuste de fluxo para atendimento dos casos suspeitos e confirmados; reuniões técnicas on-line para orientação e discussão dos surtos; conferências com os coordenadores de centros de saúde e representantes da Vigilância Epidemiológica, interpretação do diagnóstico laboratorial fluxo de abastecimento da medicação para o tratamento especifico e a importância da completude das notificações na investigação dos casos.
Dia da Doença de Chagas: Estado responsável por 80% dos casos no Brasil, Pará vive escalada de contaminados desde 2020
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