Devem ser ouvidas 15 testemunhas, sendo oito nesta quarta (12) e sete na quinta (13). Gabriel Marques Cavalheiro foi encontrado morto após uma abordagem policial em agosto do ano passado em São Gabriel. Desaparecimento de Gabriel Marques Cavalheiro, de 18 anos, em São Gabriel, completa uma semana nesta sexta-feira (19)
Arquivo Pessoal/Reprodução
Ocorrem nesta quarta (12) e quinta-feira (13), as últimas audiências de instrução na Justiça Militar do caso Gabriel Marques Cavalheiro, jovem de 18 anos morto em São Gabriel, depois de uma abordagem policial, em agosto do ano passado. As audiências estão marcadas para iniciarem às 13h em Santa Maria, na Região Central do Rio Grande do Sul.
As testemunhas são civis, militares e pessoas que foram citadas em depoimento. Outras audiências do processo já foram realizadas em fevereiro.
Três policiais militares, o sargento Arleu Junior Jacobsen e os soldados Raul Veras Pedroso e Cleber de Lima, respondem na Justiça Militar pelos crimes de ocultação de cadáver e falsidade ideológica. Na Justiça comum, eles respondem por homicídio triplamente qualificado. Eles negam envolvimento no crime.
A advogada da família de Gabriel, Rejane Igisk Lopes afirma que “este é o curso ordinário e esperado do processo”.
Audiência da Justiça Militar, em Santa Maria, no caso Gabriel Marques Cavalheiro
Reprodução/RBS TV
Relembre o caso
Gabriel Marques Cavalheiro desapareceu no dia 12 de agosto de 2022 em São Gabriel. Ele estava na cidade hospedada na casa de um tio, para prestar serviço militar. O desaparecimento ocorreu depois de uma abordagem policial na Avenida Sete de Setembro. Uma vizinha da casa em que ele estava hospedado chamou a polícia porque, segundo ela, o jovem estaria forçando o portão que dá para o pátio em frente ao imóvel.
Os policiais teriam agredido Gabriel, que foi imobilizado e levado para dentro de uma viatura militar. Testemunhas disseram que ele foi atingido por “pelo menos dois ou três golpes de cassetete”. Essa foi a última vez que Gabriel teria sido visto com vida.
Vídeo mostra abordagem a jovem desaparecido em São Gabriel
No dia seguinte, 13 de agosto, as buscas pelo jovem começaram. A Brigada Militar (BM) negou, inicialmente, que tivesse levado Gabriel de viatura até algum lugar. Depois, a corporação corrigiu a informação e disse que os policiais levaram o jovem para uma região no interior do município conhecida como Lava Pés, distante cerca de 6 km de onde houve a abordagem. O sistema de GPS do veículo indicava que foi feito o trajeto até o local.
O corpo foi localizado no dia 19 de agosto, submerso em um açude na localidade. No mesmo dia os três policiais foram presos preventivamente. A Justiça Militar entendeu que os agentes promoveram “abandono de pessoa que está sob seu cuidado, guarda ou vigilância e falsidade ideológica” e alteração de documento público.
Os três policiais prestaram depoimentos em três ocasiões, sendo duas vezes para a BM e uma para a Polícia Civil. Em todas, eles negaram envolvimento no assassinato de Gabriel.
Investigação
Um laudo do Instituto Geral de Perícias (IGP) constatou que a causa da morte de Gabriel foi “hemorragia interna”. O documento divulgado em 29 de agosto apontou que o jovem apresentava “sinais de ação por instrumento contundente”. No entanto, o sangue encontrado na viatura policial não era do rapaz.
No mesmo dia, os policiais foram indiciados no inquérito militar por homicídio qualificado, ocultação de cadáver e falsidade ideológica. Em 1º de setembro, a Polícia Civil indiciou os suspeitos por homicídio doloso triplamente qualificado.
Já no dia 5 de setembro, o Ministério Público denunciou os policiais por homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver e falsidade ideológica. A investigação considerou que os acusados agiram por meio cruel, motivo fútil e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima.
A Justiça aceitou a denúncia, e os policiais viraram réus no dia 6 de setembro.
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