Ellie Makuxi vai interpretar a jovem Luara que está de volta à sua terra. A série, protagonizada por três atrizes indígenas, estreia no dia 17 de Abril na TV Globo. Ellie Makuxi é uma das protagonistas do episódio Pintadas, da série Falas da Terra.
TV Globo/Divulgação
“Representatividade nas telas” é como a atriz roraimense Ellie Makuxi, de 21 anos, definiu a participação no episódio Pintadas na série “Falas da Terra”. Uma produção da Rede Globo, o episódio que será exibido no dia 17 de abril, na semana do Dia dos Povos Indígenas, é repleto de ancestralidade e traz assuntos importantes, como preservação do meio ambiente e violência contra a mulher.
O episódio será protagonizado por três jovens indígenas estreantes, Dandara Queiroz (Josy), Isabela Santana (Michele) e a Ellie Makuxi (Luara), jovem indígena e roraimense. Ao g1, Ellie contou que a relação com a atuação começou ainda na infância, quando interpretava em frente ao espelho. O sonho virou realidade quando ela começou a postar vídeos das interpretações no Instagram.
“Um sonho de criança que foi se tornando mais real quando comecei a produzir os vídeos para o Instagram com a minha irmã Glycya Ribeiro, que é com quem iniciei essa história, por meio do Ifoi que me encontraram e eu passei por um processo de seleção. A partir daí fui convocada para o episódio Pintadas da série Histórias (im)possíveis”, contou.
Ellie Makuxi nasceu em Boa Vista, e foi criada por uma família de professores indígenas. Atualmente, além do trabalho com a atuação, a jovem cursa Jornalismo na Universidade Federal de Roraima (UFRR). Ela conta que a família segue entre dois mundos, a comunidade e a cidade, desde quando a avó veio para a capital trabalhar.
Ellie Makuxi nos estúdios Globo
Arquivo Pessoal
Do povo Macuxi e atuante no movimento indígena, a atriz afirma que cresceu aprendendo que as decisões tomadas por quem luta pelos direitos dos povos indígenas são coletivas e influenciam nas próximas gerações. Ellie revelou ainda que jovens, crianças e lideranças indígenas a agradeceram e parabenizaram pela representatividade.
“Uma preocupação que tomamos com o nossos territórios que é o que garante a saúde, educação entre outras políticas públicas de segurança a nossa vida. Então, essa relação é uma escolha de viver e lutar e vencer todos juntos” , explicou.
Na série, Ellie vai interpretar uma jovem que está de volta à sua terra com a melhor amiga da faculdade depois de passar anos fora, estudando. Para ela, a produção é “uma representatividade que o Brasil não está habituado a assistir”, mas será um momento para que “a juventude indígena possa olhar e se sentir representada”.
“Uma amostra do que está por vir para as nossas lideranças que tanto lutaram para que chegássemos em diferentes lugares e posições que na sua maioria estão repletos de não-indígenas”, completou.
Falas da Terra
Da esquerda para a direita, Josy (Dandara Queiroz), Luara (Ellie Makuxi) e Michele (Isabela Santana).
TV Globo/Divulgação
As três jovens indígenas, Luara (Ellie Makuxi), Josy (Dandara Queiroz) e Michele (Isabela Santana) se encontram no Mato Grosso do Sul para gravação de um videoclipe de rap na floresta e, quando se veem diante de uma natureza destruída, são impactadas por uma série de acontecimentos fantásticos que as levarão a um mergulho na ancestralidade de seus povos.
Ao chegar ao local da gravação, que remete à memória afetiva de Josy e Luara, as jovens se deparam com a degradação da natureza. Frente a um cenário destruído, elas precisam encontrar uma nova solução para a filmagem, mas, no caminho, acabam por enfrentar desafios que as levam a encontros e desencontros com seus próprios medos, identidades e histórias.
Composta por tramas ficcionais de suspense criadas a partir de medos femininos, a antologia ‘Histórias Impossíveis’ é apresentada no projeto ‘Falas’, marcando as efemérides do ano na TV Globo. Criada e escrita por Renata Martins, Grace Passô e Jaqueline Souza, com direção artística de Luisa Lima, a obra se destaca pela diversidade tanto na frente das câmeras quanto nos bastidores.
Em ‘Pintadas’, as autoras e Luísa convidaram roteiristas, consultoras e sensíveis aos temas tratados nos episódios. Juntam-se ao olhar cuidadoso de Luísa as diretoras Thereza de Medicis e Graciela Guarani, que estreiam assinando a direção de um projeto na TV.
Já na sala de roteiro, somam-se às autoras as roteiristas Thais Fujinaga, Hela Santana e Renata Tupinambá, além de Graciela Guarani, para que os elementos e linguagem da cultura indígena (em especial a do povo Guarani-Kaiowá, que dá base para a história), estivessem devidamente representados.
*Estagiária sob supervisão de Samantha Rufino
Jovem indígena roraimense estreia em série da Globo sobre luta dos povos originários e ancestralidade: ‘representatividade nas telas’
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