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Pacientes que fazem hemodiálise e dependem de transporte da prefeitura reclamam da falta de acessibilidade: ‘Muito sofrido’


Apenas uma van faz o transporte atualmente pacientes ainda precisam esperar horas até conseguir fazer o tratamento. Pacientes se apoiam uns nos outros para subir na van
Divulgação
Pelo menos três vezes por semana, o aposentado Jorge Barros da Silva, precisa fazer tratamento de hemodiálise. Para se deslocar até a Fundação Pro-Rim, em Palmas, uma van da Prefeitura de Palmas oferta o transporte para ele e outros pacientes. Mas esse serviço tem gerado reclamações, já que os veículos utilizados não são adaptados para quem tem dificuldade de locomoção.
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“É um caso que já existe há pelo menos seis anos. A prefeitura diz que o assunto foi resolvido, mas nada é resolvido. Quando um carro desses quebra, que constantemente quebra, não existe outro carro para fazer o transporte dos pacientes. Temos cadeirantes e esse carro não conta com acessibilidade”, disse Jorge.
Ele se refere a uma van, que atualmente está fazendo os percursos para levar os pacientes até a fundação, e os devolvem em casa no fim do dia.
Escada foi improvisada para ajudar os pacientes a embarcar
Divulgação
A Secretaria Municipal e Saúde (Semus) confirmou que um veículo foi alugado para fazer o serviço atualmente, já que a empresa vencedora de um pregão não cumpriu o contrato.
Uma situação relatada pelo aposentado é que, no caso de pessoas com dificuldade de locomoção, os motoristas sempre se disponibilizam para ajudar, mas corre o risco de derruba-los devido ao peso.
“Os motoristas são verdadeiros guerreiros, tendo que carregar o paciente no braço. Mas na hora que um paciente desse cai, o familiar não vai concordar com isso. A responsabilidade de quem é de direito, você não consegue resolver com ninguém. Existe uma das vans que está no conserto há seis meses, que quando chove, entra água. É um descaso muito grande”, reclamou Jorge.
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Demora para chegar e sair
Outro paciente que depende do transporte, e que não quis se identificar, contou que por ter apenas uma van para atender todas as regiões da capital, os primeiros a serem buscados sofrem por ter que fazer o trajeto em muitas regiões, até chegar ao Pro-Rim.
“O primeiro paciente tem que sair de casa meio dia e é um idoso é diabético, tem membros amputados. Aí chega na clínica tem que ficar duas ou três horas aguardando seu vez no tratamento. Depois de três horas de um tratamento doloroso, que as vezes deixa o paciente meio debilitado e ansioso para se alimentar, ainda vai ter que esperar mais uma, duas ou até três horas para chegar em casa e se alimentar”, disse.
A dificuldade, segundo o paciente, é só mais uma que todos enfrentam diariamente, mas que a atenção a esse público não pode ser deixada de lado.
“Pacientes de hemodiálise são pessoas com grande vulnerabilidade e tudo já é muito. Dependemos de máquinas para viver, não temos outras opções. O processo todo, desde o momento que saímos de casa para ir até o local do tratamento e voltar para nossas casas, é muito sofrido, muito doloroso”, lamentou, o paciente, ressaltando que se o poder público deixar de arcar com a parte que lhe cabe, pode colocar em risco a vida de quem precisa da atenção.
Uma paciente que faz o trajeto às terças, quintas e sábados, afirmou que desde a semana passada, dois cadeirantes não estavam conseguindo ir para a hemodiálise na van. A saída é chamar carros de aplicativo e contar com a boa vontade dos motoristas para ajustar a cadeira de rodas.
“Nosso transporte está bem precário, são várias dificuldades. Desde a semana passada uma parte da sul [região] está indo com a norte no mesmo transporte. Esses dois cadeirantes nem estão conseguindo ir”, contou a paciente, que também não quis se identificar.
Quem não consegue ir na van tem que chamar carros de aplicativo, que também não tem adaptação
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O que diz a prefeitura
Questionada sobre a situação do transporte dos pacientes, a prefeitura informou que realizou um pregão em 2022 para a contratação de quatro vans já adaptadas para quem precisa fazer hemodiálise e outros procedimentos médicos. Mas a empresa vencedora não cumpriu o acordo.
Ela foi notificada no dia 21 de março deste ano para que entregasse os veículos até o dia 7 de abril. Como seguiu sem cumprir, será notificada novamente. Por isso, um veículo precisou ser alugado para prestar o serviço temporariamente.
Veja a nota da Semus na íntegra:
A Secretaria Municipal da Saúde (Semus) informa que realizou um pregão eletrônico de nº 094/2022 para locação de quatro vans adaptadas para transporte de usuários que necessitam de locomoção para fazer hemodiálise, entre outros procedimentos na Capital. Entretanto, a empresa vencedora do processo pregoeiro não cumpriu com o acordado.
A Semus esclarece que a empresa foi notificada no dia 21 de março para realizar a entrega dos veículos até o dia 7 de abril. Devido a falta de cumprimento, ela será notificada novamente. Dessa forma, a Semus alugou, temporariamente, outro veículo para dar assistência aos usuários.
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