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Operação Rainha 2: polícia mira monopólio da internet pelo tráfico na Zona Oeste do Rio


A Polícia Civil do RJ iniciou nesta quinta-feira (13) a segunda fase da Operação Rainha, contra os responsáveis pelas invasões que detonaram os recentes confrontos na Zona Oeste do Rio. Nesta etapa, agentes da 41ª DP (Tanque) miravam no monopólio do sinal de internet imposto pelo tráfico de drogas.
Esta reportagem está em atualização.
Chefe foragido
Polícia Civil faz operação contra quadrilha envolvida em invasões e conflitos recentes em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio
A primeira fase, no dia 5, visava a prender três pessoas. Uma delas era Paulo César Souza dos Santos, o Paulinho Muleta, chefe do Comando Vermelho apontado pelo planejamento das investidas nas comunidades então dominadas pela milícia. Muleta está foragido.
Outro mandado de prisão era contra Luiz Fernando Lírio, apontado como chefe do tráfico da Tirol, na Taquara, mas ele já estava encarcerado.
Paulinho Muleta: ele já é considerado foragido
Reprodução
Os policiais também saíram para cumprir e seis de busca e apreensão. Um dos endereços visados era na Tijuca, onde mora a esposa de Muleta.
Também houve buscas em Del Castilho, Freguesia e Covanca.
Os agentes apreenderam itens eletrônicos e documentos. Durante a operação, uma pessoa foi presa em cumprimento de um mandado de prisão temporária e outra em flagrante por comercializar drogas.
Segundo as investigações, que começaram em janeiro, Muleta já dominava o Complexo do Lins e o Morro da Formiga, na Tijuca, e passou a controlar a comunidade da Tirol, na Freguesia.
Muleta também é responsável por recrutar “soldados do tráfico de drogas” para dominar áreas de rivais.
Policiais cumprem mandado na casa da mulher do traficante Paulinho Muleta
Reprodução/TV Globo
Entenda a guerra
No último domingo (2), o g1 explicou em detalhes por que a guerra de facções no Rio piorou desde janeiro e quem é quem no conflito. Em resumo, o Comando Vermelho está atacando rivais, principalmente milicianos, para ampliar seus domínios — e tem conseguido.
A reportagem mostrou que, desde meados de janeiro, diferentes grupos criminosos que agem na Região Metropolitana do Rio acirraram uma já violenta disputa por territórios.
A guerra tem efeitos dramáticos sobre a população, que quase diariamente se vê na linha de tiro. Também se reflete na crescente apreensão de armamentos — em 2023, três fuzis são retirados por dia das mãos de bandidos, como o g1 destacou – e na piora dos índices de segurança.
Em 25 de janeiro, Edgar Alves de Andrade, o Doca, um dos chefões do Comando Vermelho, completou 53 anos e pediu como “presente de aniversário” a conquista de comunidades, de preferência da milícia. Doca é responsável pelo Complexo da Penha, um dos maiores núcleos do CV.
A facção, então, decidiu atacar a região de Jacarepaguá, apostando num enfraquecimento dos paramilitares.
Há cinco regiões em conflito atualmente (clique nos links para saber mais).
Grande Barra da Tijuca: Comando Vermelho x Milícias + Terceiro Comando Puro
Grande Jacarepaguá: Comando Vermelho x Milícias
Grande Penha: Comando Vermelho x Terceiro Comando Puro
Baixada Fluminense — são duas áreas: Km 32 (Nova Iguaçu), entre Comando Vermelho e Milícias, e o Morro da Torre (Queimados), com Comando Vermelho e Terceiro Comando Puro.
À exceção dos confrontos de Água Santa, Campinho, Quintino e Praça Seca, que se arrastam há pelo menos cinco anos, todos começaram na virada do ano — e, quatro meses depois, não dão sinal de término.
Mata estratégica
O g1 também mostrou que o Comando Vermelho pretende tomar da milícia todas as comunidades entre a Barra da Tijuca e a Praça-Seca num “Complexo de Jacarepaguá”. Paramilitares ainda estão em Rio das Pedras, em Curicica e na Colônia Juliano Moreira.
Uma área recentemente tomada pelo CV dos paramilitares engloba as comunidades dos Teixeiras e de Santa Maria, na Taquara, na parte nordeste do Maciço da Pedra Branca (veja no mapa acima).
As matas da Taquara ocupam uma vasta área e permitem que traficantes cheguem, a leste, à Praça Seca (Jordão, Chácara Flora e Chacrinha) e, a sul, às rivais Curicica e à Colônia Juliano Moreira.
No maciço vizinho, o da Tijuca, toda a face oeste já está nas mãos do Comando Vermelho: o cinturão, ainda maior que o da Taquara, inclui Praça Seca (Covanca, São José Operário e Barão), Gardênia Azul, Anil, Itanhangá (Muzema e Tijuquinha), Campinho (Fubá e Bica), Quintino (Saçu) e Água Santa (Dezoito).
Com isso, traficantes praticamente cercaram os bairros que compõem a Baixada de Jacarepaguá. Além disso, bem no meio da região está a Cidade de Deus, de onde partiram as investidas para as favelas vizinhas.
Rio das Pedras, Curicica e Colônia Juliano Moreira ainda não foram diretamente atacadas.

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