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Brasil tem 1,6 milhão de pessoas trabalhando como entregadores ou motoristas de aplicativos


Pesquisa inédita identificou o perfil dessas categorias profissionais; idade média de entregadores é de 33 anos, enquanto motoristas têm 39. Entregadores de aplicativos durante protesto em São Paulo (SP).
Celso Tavares/G1
O Brasil tem hoje 1.660.023 pessoas trabalhando como motoristas ou entregadores de aplicativos.
Os dados são inéditos e foram revelados em pesquisa realizada pelo Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap) e pela Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia (Amobitec).
O estudo analisou informações fornecidas pelas empresas iFood, Uber, 99 e Zé Delivery, e também entrevistou mais de 3 mil trabalhadores dessas categorias.
Foram coletados dados como faixa etária, gênero, raça e escolaridade. Assim, os pesquisadores puderam desenhar qual é o perfil da maioria das pessoas que trabalha como motorista ou entregador de aplicativo.
👇 Veja abaixo as principais informações levantadas
👤 Perfil dos motoristas
A idade média dos motoristas é de 39 anos;
60% deles tem ensino médio completo
62% são pretos ou pardos; 35% são brancos; 3% são amarelos; 1% é indígena
95% são homens; 5% são mulheres
👤 Perfil dos entregadores
A idade média dos entregadores é de 33 anos;
59% deles têm ensino médio completo;
68% são pretos ou pardos; 29% são brancos; 2% são amarelos; 1% é indígena
97% são homens; 3% são mulheres
📱 Antes dos apps
A pesquisa levantou, ainda, informações sobre qual era a fonte de renda dos motoristas e entregadores antes de assumirem essas funções.
Entregadores 🏍️
26% dos entregadores tinham ocupação prévia, mas abandonaram o posto para se dedicar exclusivamente aos apps;
31% tinham ocupação prévia e continuaram com essas atividades mesmo depois de iniciar o trabalho com entregas;
28% estavam procurando trabalho;
7% não estavam procurando trabalho;
2% nunca tinham trabalhado antes.
Motoristas 🚘
45% dos motoristas tinham ocupação anterior e mantiveram essas atividades depois de começar a trabalhar com aplicativos;
36% estavam procurando trabalho;
22% tinham ocupação prévia, mas abandonaram as atividades para se dedicar aos apps;
3% não estavam procurando trabalho.
📱 Depois dos apps
O estudo coletou informações sobre as atividades remuneradas desempenhadas atualmente por entregadores e motoristas. Veja:
🚘 63% dos motoristas trabalham somente com apps;
🚘 37% dos motoristas têm outro trabalho;
🏍️ 52% dos entregadores trabalham somente com apps;
🏍️ 48% dos entregadores têm outro trabalho;
A pesquisa perguntou ainda se as pessoas pretendem seguir trabalhando com aplicativos ou não. Veja as respostas coletadas:
Entregadores 🏍️
63% querem continuar trabalhando com apps;
15% querem muito continuar trabalhando com apps
11% querem deixar de trabalhar com apps
8% não sabem se querem continuar com apps
3% querem muito deixar de trabalhar com apps
Motoristas 🚘
54% querem continuar trabalhando com apps;
15% querem deixar de trabalhar com apps;
13% não sabem se querem ou não continuar com apps;
10% querem muito continuar trabalhando com apps;
8% querem muito deixar de trabalhar com apps;
💰 Remuneração
A remuneração média mensal tanto de entregadores como de motoristas é superior ao praticado pelo mercado para pessoas com o mesmo perfil socioeducacional em jornadas integrais (40 horas semanais).
Vale destacar que o salário-mínimo vigente durante a coleta dos dados era de R$ 1.212.
Para motoristas, a renda líquida média varia entre R$ 2.925 e R$ 4.756
Para entregadores, o rendimento médio varia de R$ 1.980 a R$ 3.039
🕗 Jornada
Apesar de as jornadas de trabalho das duas categorias serem muito variáveis, a pesquisa estimou o tempo médio de trabalho por semana. Vale lembrar que alguns atuam exclusivamente para os aplicativos e que outros utilizam as plataformas para complementação de renda.
Motoristas trabalham, em média, de 22 a 31 horas semanais
Entregadores trabalham, em média, de 13 a 17 horas semanais
A pesquisa “Mobilidade urbana e logística de entregas: um panorama sobre o trabalho de motoristas e entregadores com aplicativos” entrevistou 3.025 pessoas entre agosto e novembro de 2022. O índice de confiança dos dados é de 95% e o erro amostral é de 2,5%.

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