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Documentos vazados do Pentágono afirmam que mísseis norte-coreanos “não estão operacionais”


Segundo a inteligência americana, alguns mísseis balísticos intercontinentais revelados por Pyongyang não poderiam ser usados em ataques e serviriam apenas para exagerar a ameaça representada pela Coreia do Norte aos Estados Unidos. Imagem mostra um míssil disparado pelos militares norte-coreanos em foto divulgada pela agência estatal da Coreia do Norte (KCNA) em 14 de março de 2023
KCNA via Reuters
Os vazamentos do Pentágono continuam a criar polêmica na península coreana. Depois de alguns documentos levantarem fortes suspeitas de que Washington espionava altos funcionários do gabinete presidencial da Coreia do Sul, é a vez da Coreia do Norte se preocupar. Segundo a inteligência americana, alguns mísseis balísticos intercontinentais revelados por Pyongyang não poderiam ser usados em ataques e serviriam apenas para exagerar a ameaça representada pela Coreia do Norte aos Estados Unidos.
Pyongyang jamais havia exibido tantos mísseis balísticos intercontinentais como em 8 de fevereiro de 2023. Mas, de acordo com documentos do Pentágono, alguns deles “não estão operacionais”. 
Durante um grande desfile militar comemorando o 75º aniversário do Exército do Povo Coreano, 11 mísseis Hwasong 17 foram exibidos em frente a Kim Jong-un e sua filha, Kim Ju-ae.
Esses sistemas de armas, teoricamente capazes de atingir todo o território americano, seriam carregados com várias ogivas nucleares. Alguns especialistas temiam que a Coreia do Norte tivesse armas capazes de vencer a defesa antimísseis dos Estados Unidos. Mas um dos documentos vazados, cuja autenticidade não foi confirmada, diminui a ameaça norte-coreana.
Muitos dos mísseis exibidos durante o desfile seriam falsos e serviriam apenas para “apresentar um estoque maior e com mais alcance”. 
Os documentos também mostram que Washington duvida das capacidades de produção militar do regime norte-coreano. De acordo com o texto atribuído ao Pentágono, “é improvável que a Coreia do Norte seja capaz de equipar todos os seus lançadores com mísseis operacionais (…) devido a restrições de recursos”, referindo-se às sanções internacionais e ao isolamento do país desde o início da pandemia.
Questões sobre capacidade ucraniana
Nos documentos, que surgiram na internet e foram revelados pela imprensa americana, os serviços de inteligência americanos também questionam a capacidade do Exército ucraniano de realizar uma contraofensiva anunciada e preparada há meses.
Desde o vazamento dos documentos secretos revelando, mais uma vez, a extensão da espionagem americana, inclusive contra seus aliados, as autoridades americanas têm trabalhado para tranquilizar seus interlocutores, incluindo Kiev. Washington tenta assegurar à Ucrânia a solidez de sua aliança e de seu apoio.
Primeiramente foi Anthony Blinken, chefe da diplomacia americana, quem pegou o telefone para falar sobre isso com seu colega ucraniano Dmytro Kouleba e garantir o apoio irrestrito dos Estados Unidos à Ucrânia. 
O secretário da Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, também falou com o ucraniano Oleksiï Reznikov, declarando que, na sua opinião, os ucranianos tinham “as capacidades que precisavam para continuar a ter sucesso”.
Nos documentos do Pentágono vazados, os serviços americanos não escondem suas dúvidas e preocupações sobre as capacidades militares dos ucranianos, não para se defenderem, como vêm fazendo com sucesso há um ano, mas para realizar a famosa contra-ofensiva que permitiria a Kiev retomar território dos russos, seja no leste ou no sul do país.

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