Segundo a institui\u00e7\u00e3o, o homem de 73 anos tinha uma s\u00e9rie de comorbidades e sua morte ocorreu por complica\u00e7\u00f5es cir\u00fargicas. A infec\u00e7\u00e3o pelo Candida auris pode agravar problemas de sa\u00fade j\u00e1 existentes. Superfungo em pacientes do Hospital Estadual do Servidor de S\u00e3o Paulo
\nO Hospital Estadual do Servidor de S\u00e3o Paulo j\u00e1 registrou 15 casos do superfungo Candida auris neste ano. Esses organismos s\u00e3o muito transmiss\u00edveis e possuem alta resist\u00eancia aos antif\u00fangicos mais comuns em tratamentos m\u00e9dicos.
\nA esp\u00e9cie pode formar col\u00f4nias na pele e nas mucosas, sem causar sintomas. Contudo, uma ferida, por exemplo, pode fazer com que o fungo entre no corpo, atinja a corrente sangu\u00ednea e provoque infec\u00e7\u00f5es em diferentes \u00f3rg\u00e3os. Em casos graves, pode atingir o cora\u00e7\u00e3o e o c\u00e9rebro, causando febres, calafrios e o agravamento de problemas de sa\u00fade j\u00e1 existentes.
\nPor isso, a transmiss\u00e3o do Candida auris costuma ocorrer em hospitais, ainda mais com sua capacidade de permanecer em superf\u00edcies por longos per\u00edodos (semanas ou meses), sendo resistente a desinfetantes convencionais.
\nNo Hospital do Servidor, dos 15 pacientes identificados com o fungo, apenas um teve infec\u00e7\u00e3o. O homem, de 73 anos, tinha uma s\u00e9rie de comorbidades e acabou morrendo. Segundo a institui\u00e7\u00e3o, a morte n\u00e3o est\u00e1 diretamente relacionada \u00e0 infec\u00e7\u00e3o, mas a complica\u00e7\u00f5es cir\u00fargicas.
\n“A gente acredita que n\u00e3o foi por causa da Candida, porque ele estava usando antif\u00fangico e as culturas seguintes mostraram que o fungo n\u00e3o cresceu. Ent\u00e3o, acredito que ele morreu em consequ\u00eancia da pr\u00f3pria doen\u00e7a que j\u00e1 veio para o hospital”, disse a infectologista Andrea Almeida, do Hospital do Servidor.
\n\u27a1\ufe0f Somente testes laboratoriais podem indicar se uma pessoa est\u00e1 ou n\u00e3o com o superfungo. Uma vez que a presen\u00e7a \u00e9 detectada, os especialistas buscam identificar qual o perfil de sensibilidade desse organismo, ou seja, a quais antif\u00fangicos ele \u00e9 resistente e quais podem ser utilizados no tratamento.
\nDentre os outros 14 pacientes, a maioria j\u00e1 recebeu alta, mas deve permanecer em isolamento para evitar a transmiss\u00e3o para terceiros.
\nEm comunicado, o Hospital do Servidor informou que manter\u00e1 as medidas de controle e seguran\u00e7a, como o isolamento dos pacientes, higieniza\u00e7\u00e3o e treinamento de suas equipes sobre o assunto, at\u00e9 o meio do ano.
\n\ud83d\udd0d O superfungo foi identificado pela primeira vez em 2009, no ouvido de uma paciente internada no Jap\u00e3o. J\u00e1 no Brasil, a Ag\u00eancia Nacional de Vigil\u00e2ncia Sanit\u00e1ria (Anvisa) foi notificada sobre um caso pela primeira vez em 2020, num paciente que estava internado na Bahia.
\nNota do hospital
\n“O Hospital do Servidor P\u00fablico Estadual identificou em 2 de janeiro de 2025 um caso de Candida auris. Imediatamente, o Hospital notificou a Anvisa e adotou todas as medidas de seguran\u00e7a e controle, como a manuten\u00e7\u00e3o de pacientes em quartos individuais, higieniza\u00e7\u00e3o intensificada e treinamentos para as equipes. De acordo com o preconizado pelos \u00f3rg\u00e3os de vigil\u00e2ncia, a unidade segue realizando coletas mensais por seis meses para an\u00e1lise do cen\u00e1rio. Semanalmente, o HSPE se re\u00fane com a Anvisa para relatar as a\u00e7\u00f5es e os resultados das coletas, refor\u00e7ando as normas de controle de infec\u00e7\u00e3o em todo o hospital. Importante salientar que o \u00f3bito do paciente de 73 anos foi por causado complica\u00e7\u00f5es cir\u00fargicas e n\u00e3o em raz\u00e3o da infec\u00e7\u00e3o do fungo.
\nDurante as coletas di\u00e1rias, notificadas para as autoridades sanit\u00e1rias, foi identificado a presen\u00e7a do microorganismo em outros 14 pacientes, no entanto, nenhum evoluiu para a infec\u00e7\u00e3o, ou seja, sem causar doen\u00e7a, durante a interna\u00e7\u00e3o e tratamento dos pacientes.
\nO HSPE continua aprimorando o trabalho no atendimento humanizado e est\u00e1 refor\u00e7ando todas as barreiras para garantir a seguran\u00e7a dos pacientes.”<\/div>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"