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Equipe de pronto-socorro comemorou ter ‘ganhado na loteria’ com joia de paciente internado, diz esposa


Técnico de enfermagem foi acusado de pegar a corrente de ouro de um paciente internado após sofrer um acidente de moto em Praia Grande (SP). Ele foi preso em flagrante, mas pagou fiança e acabou liberado. Técnico de enfermagem é preso em flagrante acusado de ficar com corrente de paciente
Uma equipe do pronto-socorro onde um técnico de enfermagem foi acusado de pegar a corrente de ouro de um paciente, internado após sofrer um acidente de moto, considerou ter ‘ganhado na loteria’ com a joia. As informações constam no depoimento da esposa da vítima à polícia. No relato, obtido pelo g1, ela disse ter escutado uma conversa dos profissionais em uma padaria.
O técnico de enfermagem, que não terá a identidade divulgada, chegou a ser preso em flagrante por pegar a corrente, avaliada em R$ 5 mil, do paciente internado no Pronto-Socorro Central de Praia Grande, no litoral de São Paulo. Ele negou as acusações e foi solto após pagar fiança.
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O caso veio à tona depois que o dono da corrente, de 54 anos, deu entrada no PS e a família não encontrou o acessório. De acordo com o boletim de ocorrência (BO), o item foi localizado apenas no dia seguinte, quando a esposa da vítima ouviu uma conversa dos membros da equipe em uma padaria. Ela ligou para o enteado, que foi até o local e abordou o técnico de enfermagem.
Conforme registrado no BO, a esposa da vítima estava sentada no balcão quando ouviu alguém dizer que os membros da equipe ‘ganharam na loteria’ com a corrente do marido. Em seguida, o filho da vítima foi ao estabelecimento e questionou os profissionais (assista acima).
Em nota, os advogados Maetê Bécker, André Vostoupal e Pedro Grobman, que representam o técnico, afirmaram que “qualquer julgamento antes do devido processo legal, inclusive antes mesmo da conclusão das investigações e até da eventual denúncia [conduzida pelo Ministério Público] se torna prematuro e injusto com o averiguado” (veja o posicionamento completo adiante).
Vídeo mostra o filho do paciente recuperando a corrente em Praia Grande (SP)
Reprodução
‘Passando de mão em mão’
O acidente de trânsito aconteceu no último sábado (11). A esposa do paciente disse à polícia que, na noite do ocorrido, foi até o PS Central e encontrou uma sacola com um pingente e um crucifixo, que faziam parte do acessório. A mulher, porém, estranhou o fato da corrente não ter sido devolvida.
Segundo o relato, a equipe informou que o acessório não estava completo porque o paciente poderia ter sido agredido antes do atendimento, uma vez que estava machucado. A versão foi contrariada após dois filhos dele encontrarem o motorista do carro, envolvido no acidente que lesionou o pai, na delegacia. No local, o homem teria dito que o motociclista entrou na ambulância usando a corrente.
Na manhã de domingo (12), a mulher foi até a padaria perto do PS Central e se sentou ao lado da equipe que esteve no plantão do dia anterior. Em dado momento, ainda segundo o BO, ela viu o técnico de enfermagem segurando a corrente, que foi passada ‘de mão em mão’ entre os profissionais.
De acordo com o depoimento, a mulher ouviu um deles comentar sobre pacientes e dizer que ‘ganharam na loteria’. Outra pessoa ainda teria perguntado quem ficaria com a corrente até que um membro do grupo colocou o acessório no pescoço. Ela enviou vídeos da situação ao enteado, que foi até a padaria e cobrou explicações.
Acusações no vídeo:
Filho do paciente: E aí, tudo bom? Beleza? [A corrente] é minha. Meu pai foi internado como paciente ontem.
Técnico de enfermagem: Essa corrente eu tenho faz tempo.
Filho do paciente: Não, não tem não. Foi sumiço meu, ontem. É essa daí. Eu tenho registro. Você tem a nota dela?
O que diz o técnico de enfermagem
Técnico de enfermagem foi questionado sobre corrente e disse tê-la comprado na rua
Reprodução
O caso foi levado à Polícia Civil e, na delegacia, o técnico de enfermagem alegou ter comprado a corrente de um homem em situação de rua por R$ 70 naquela mesma manhã. A ocorrência foi registrada como receptação (adquirir um produto fruto de crime) na Central de Polícia Judiciária.
Diante dos relatos, a polícia prendeu o técnico de enfermagem em flagrante. O homem, porém, pagou fiança de R$ 5 mil e foi liberado. A corrente foi devolvida aos familiares do paciente internado.
Em nota, os advogados Maetê Bécker, André Vostoupal e Pedro Grobman, que representam o técnico, informaram que durante o processo os fatos serão esclarecidos e, eventualmente, se houver algum culpado, ele será responsabilizado.
Os profissionais ressaltaram que o cliente é réu primário, com bons antecedentes, e presta serviços ao hospital há dez anos.
Prefeitura
Também por meio de nota, a Secretaria de Saúde Pública (Sesap) da Prefeitura de Praia Grande informou que acompanha o caso e aguarda a apuração oficial dos fatos pelos órgãos de segurança.
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