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Em meio à polêmica sobre os juros, Campos Neto participa de audiência no Senado nesta terça


Presidente do Banco Central foi chamado por senadores para explicar a manutenção da Selic em 13,75%. Presidente Lula tem feito críticas à gestão do BC e argumenta que o atual valor da Selic dificulta o crescimento do país. O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, vai participar nesta terça-feira (25) de audiência na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado.
Ele foi chamado pelos senadores para dar explicações sobre a manutenção da taxa Selic (a taxa de juros básica da economia), no patamar de 13,75% ao ano. Esse é o valor da Selic desde agosto de 2021.
O valor da Selic é fixado em reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem feito críticas à gestão de Campos Neto. Para Lula, a Selic já poderia ter caído. O presidente argumenta que o atual patamar prejudica o crescimento do país.
“A nossa taxa de juros é muito alta. No Brasil, a taxa Selic, que é referencial, está em 13,75%. Ninguém toma dinheiro emprestado a 13,75%, ninguém. E não existe dinheiro mais barato”, afirmou Lula durante evento em Portugal nesta segunda-feira (24).
Aliados do presidente e integrantes do governo têm repetido as críticas de Lula ao BC. Campos Neto, por sua vez, vem enfatizando que a Selic em 13,75% é necessária para conter a inflação.
Num evento na sexta-feira (21), Campos Neto disse que “o anseio pela queda de juros é político, mas nosso trabalho é técnico”. Ele sinalizou que as condições para a queda dos juros, hoje em 13,75%, ainda não estão dadas.
De acordo com o blog da Julia Duailibi, a fala de Campos Neto foi vista dentro do governo como uma sinalização que a Selic pode não cair no curto prazo. Com isso, Lula está cobrando integrantes do governo que busquem alternativas que possam compensar a política monetária. Uma saída seria baixar os juros praticados por bancos públicos.
Roberto Campos Neto participa de evento com investidores em Londres, no Reino Unido
Reprodução
Campos Neto foi indicado para o cargo no governo Jair Bolsonaro. Também no governo anterior, foi aprovada a autonomia do BC. Assim, Lula não pode mexer no comando do banco.
Antes de 2021, o Banco Central não era autônomo, e o presidente da República podia substituir o presidente da instituição. Agora, o presidente do Banco Central tem mandato de quatro anos.
‘Ninguém toma dinheiro emprestado a 13,75%’, diz Lula sobre juros no Brasil

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