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Caso Mirella: delegada e mãe de padrasto são ouvidas em primeiro dia de audiências


Menina de 3 anos foi levada já morta pela mãe e pelo padrasto para receber atendimento médico, em maio de 2022. Segundo o Ministério Público, conselheiro tutelar não investigou denúncias de maus-tratos. Justiça faz primeira audiência do caso Mirella
Dez testemunhas foram ouvidas, nesta segunda-feira (24), no primeiro dia de audiências do caso Mirella Dias Franco, em Alvorada, na Região Metropolitana de Porto Alegre. A menina de 3 anos foi levada já morta pela mãe e pelo padrasto para receber atendimento médico no município, em maio de 2022. Os dois estão presos pelo crime. Um terceiro réu, o conselheiro tutelar da cidade, responde em liberdade.
A defesa da mãe de Mirella disse que ela é inocente. O advogado do padrasto e a representante do conselheiro tutelar não quiseram se manifestar.
Uma das testemunhas ouvidas nesta segunda foi a delegada que investigou o caso, Jeiselaure da Rocha. Ela relatou as agressões que Mirella sofria.
“A mãe inclusive amarrava ela, o padrasto batia nela, isso tanto no laudo da avaliação psíquica de uma das irmãs que quando ela pedia comida ou não queria comer, ou chorava, ela era muito castigada, de levar chutes, chineladas, de ficar sem comer e inclusive se urinar nas calças por causa das lesões que ela sofria nessa família”, disse.
Segundo a delegada, durante as investigações, muitas pessoas foram ouvidas, e todas elas relataram as agressões e as muitas passagens da criança pelo hospital.
“Um casal que foi ameaçado pelo pai biológico da Mirella diz que chegou a entrar um dia na casa e ela estava amarrada. Foram relatos muito convergentes no sentido de que ela era agredida, de que ela chorava, teve várias passagens pelo hospital com fraturas, lesões, sarna. No dia da necropsia, foi constatado que ela não tinha sequer alimento no estômago. Então essa menina realmente foi exposta a intenso sofrimento por aqueles que deviam cuidar dela”, diz.
Segundo o Ministério Público, Lilian Dias da Silva, mãe de Mirella e Anderson Borba Carvalho Júnior, padrasto, torturaram a menina. Eles respondem por tortura com resultado morte. O conselheiro tutelar de Alvorada Leandro Brandão responde por falsidade ideológica e falso testemunho. De acordo com o MP ele não investigava denúncias de que a menina estava sendo mal tratada.
A mãe de Anderson também prestou depoimento nesta segunda. Ela disse que viu Lilian espancando a filha. “Eu presenciei a mãe dar umas chineladas, uns puxões, até na minha casa”, disse.
A médica que atendeu Mirella, que deveria ser ouvida, está fora do país e prestará depoimento de forma virtual.
Mirella Dias Franco, de três anos, foi morta no dia 31 de maio; mãe e padrasto foram presos suspeitos de tortura
Reprodução/RBS TV
Audiências
De acordo com o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS), serão ouvidas 24 testemunhas de acusação e 19 testemunhas de defesa. Após essa etapa, será realizado o interrogatório dos réus e a fase de debates orais. As audiências estão sendo presididas pelo Juiz de Direito Alexandre Del Gaudio Fonseca. (Veja abaixo o cronograma previsto)
25/4 (terça-feira) – serão ouvidas 12 testemunhas de acusação;
26/4 (quarta-feira) – serão ouvidas 19 testemunhas de defesa;
27/4 (quinta-feira) – interrogatório dos três réus e debates orais.
A sentença deve ser conhecida em 60 dias.
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