O presidente da Câmara dos Deputados criou confusão porque seu apadrinhado, João Carlos Mayer Soares, ficou fora da lista. Arthur Lira na eleição para presidente e demais cargos da Mesa Diretora da Câmara, em fevereiro de 2023
Pablo Valadares/Câmara dos Deputados
Chamado pelo ex-presidente Bolsonaro de “cota pessoal de 10% no STF”, o ministro Kassio Nunes Marques recebeu um agrado do novo governo. Lula nomeou o desembargador Neuton Ramos para o TRF-1, uma indicação de Kassio.
Mas o melhor da história está por vir. Havia nove candidatos para sete vagas. Portanto a chance de gerar crise era bem baixa. Mas o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, para manter sua fama de mau, criou confusão porque João Carlos Mayer Soares ficou fora da lista. O veto ao nome de Mayer seria por conta de sua proximidade com o ex-ministro da Justiça de Bolsonaro, Anderson Torres.
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Ocorre que, na tarde de quinta-feira correu em Brasília a informação de que, na verdade, João Carlos Mayer também era candidato de Kassio Nunes, que estaria usando Lira para emplacar dois nomes: Neuton, o nomeado, e Mayer, que entraria na cota de Lira. Uma espécie de barriga de aluguel.
Para outros, a história é diferente: Mayer era um pedido de outro ministro do STF, Dias Toffoli, que não tem lá muita simpatia do governo Lula.
Quem conhece os meandros da política sabe que os candidatos a vagas no Judiciário costumam ter mais de um padrinho. Mas o que vale, no fim da história, é a versão simplificada: Neuton virou apadrinhado de Kassio e Mayer, de Lira.
O fato é que o ministro da Justiça, Flávio Dino, tem agora que redobrar o sal grosso contra mau-olhado na sua sala. Apesar de ser reconhecido com habilidoso, conseguiu a proeza de botar um batalhão contra ele: Lira, o articulador político do governo, Alexandre Padilha, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann e até o advogado-geral da União, José Messias e até o chefe da Casa Civil, Rui Costa.
Todos consideram que ele negociou as nomeações sozinho com Lula, sem envolver o núcleo político.
Resumo da ópera: o governo conseguiu criar crise com nove candidatos para sete vagas.
Lula nomeia até indicado por Kassio para o TRF-1, mas irrita Lira
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