• New Page 1

    RSSFacebookYouTubeInstagramTwitterYouTubeYouTubeYouTubeYouTubeYouTubeYouTubeYouTube  

Obras de revitalização da rua XV de Novembro devem começar em junho


O entrave para o início dos trabalhos é a definição se os cabos, que hoje dependem dos postes, ficarão aéreos ou subterrâneos. A revitalização da rua XV de Novembro no centro de Guarapuava é uma obra muito aguardada por lojistas, moradores e visitantes, pois se trata de uma das principais vias do comércio da cidade. Um projeto pautado na inovação, tendo como foco a urbanização, mobilidade e acessibilidade. O novo calçadão da XV de Novembro, propõe criar um espaço de desenvolvimento econômico, lazer, turismo e qualidade de vida para a população. Ele foi apresentado em setembro do ano passado pela prefeitura de Guarapuava, por meio do (CEPLUHG) Centro de Planejamento Urbano e Habitacional de Guarapuava, mas até agora não saiu do papel.
A obra de revitalização será dividida em etapas: a primeira será feita entre as ruas Brigadeiro Rocha e Saldanha Marinho, a segunda é entre a Saldanha Marinho e a Tiradentes, incluindo as ruas Senador Pinheiro Machado, Marechal Floriano e Visconde de Guarapuava. A primeira fase custará R$ 11.670.928,39 e será paga com recursos do governo do estado por meio do Paraná Cidade. Já a segunda fase custará R$ 8.700.000,00 e poderá ser quitada com recursos também do Paraná Cidade ou recursos livres da Prefeitura de Guarapuava. O total da obra deve ultrapassar os R$ 20.370.000,00.

Divulgação
O projeto prevê o nivelamento da rua, faixas táteis para pedestres, ciclofaixa, arborização e paisagismo, além de bancos, floreiras, lixeiras, balizadores, postes de iluminação, bebedouros, bicicletários, quiosques, espaço comercial climatizado com sanitários e fraldários, área para feiras em frente a praça, estacionamentos, nova escadaria e rampas de acesso a praça 9 de Dezembro. Além da criação de um calçadão entre as ruas Saldanha Marinho e Tiradentes e a integração da praça 9 de Dezembro, Museu Visconde de Guarapuava, Santuário Nossa Senhora de Belém e a rua XV de Novembro. Está prevista ainda a construção da tubulação subterrânea que vai comportar os fios de energia, internet, TV a cabo, eliminando a necessidade de postes para esse fim. E é justamente este detalhe que está dificultando o processo que já deveria estar adiantado.

Divulgação
De acordo com o secretário de Planejamento e Urbanismo, Paulo Dirceu Rosa de Souza, em novembro do ano passado foi feita uma reunião em Presidente Prudente – SP, com a diretoria da Energisa, concessionária responsável pela distribuição de energia em Guarapuava. Durante o encontro foi apresentada a proposta para que a empresa fosse contratada para fazer o projeto, aprovar e executar a obra. Isso evitaria o processo de uma nova licitação e daria agilidade. A diretoria ficou de analisar a possibilidade e escapar de uma licitação. Eles ficaram de fazer uma análise e no início de março em um encontro on-line, a Energisa afirmou que não faria o projeto e a execução da obra.
O secretário afirmou que diante desta realidade, restam apenas três opções ao município: atrasar o projeto e tentar viabilizar o cabeamento subterrâneo de outra maneira, mudar totalmente o projeto com ajuda da Energisa para substituir os postes já existentes por outros mais modernos e alterar a localização deles, fazer um contrato com a parceira público-privada, Ilumina Guarapuava, o que também não exigiria licitação. As possiblidades ainda devem ser analisadas pela prefeitura. “Caso tenhamos que alterar o projeto, precisaremos enviar novamente para aprovação do Paraná Cidade. Alterando o arquitetônico, altera também o hidráulico, elétrico e toda rede de telecom”, afirmou.
Apesar do impasse, o CEPLUHG afirma que a primeira fase dos serviços deve ser licitada neste primeiro semestre para que os trabalhos possam começar em junho. A previsão é de que a primeira etapa da obra seja feita no prazo de oito meses. Já a segunda pode ser iniciada antes do término da primeira ou após isso, o que será definido posteriormente. O prazo total da revitalização da XV é de dois anos.
Já os empresários não estão contentes com o atual projeto apresentado pelo município. A empresária, Kelen Cristina Pires Borges, proprietária da Chocolates Lugano que funciona há quatro anos na XV de Novembro afirma que a obra não prevê as principais necessidades da rua. “Precisaríamos de mais vagas de estacionamento, porque já é uma reclamação constante dos clientes que é difícil estacionar na XV. Até depois do natal que foi liberado para estacionar nos dois lados facilitou e muito. O projeto vai diminuir o número de vagas, dificultar e tornar a rua mais lenta. Eu acredito muito que as pessoas deixarão de transitar de carro pela XV. As pessoas querem agilidade hoje. Nós dependemos do público que está transitando a pé e também dependemos de quem vem de carro. Eu acho que tem que ser pensado em algo, pois a nossa rua precisa de uma revitalização em caráter de urgência porque está feia e mal cuidada, mas também precisa ser pensado no trânsito, estacionamento e no bem-estar geral. Não adianta deixarmos algo bonita e que não seja viável”, destacou.
A proprietária da loja Boticário da XV, Bernardete Sberze, conta que é contra o modelo atual de revitalização. “Qual é a necessidade da rua XV? Estacionamento, estacionamento e estacionamento. Nós temos uma largura extremamente grande que, ao meu ver, era possível torná-la arborizada, com pontos de quiosque e não continuar como nós estamos. Vamos repetir o erro de continuar com uma faixa só, o estacionamento lateral não resolve, teria que ser de 45° para que mais carros pudessem estacionar. Eu estou vendo outros comércios se estabelecendo aqui, as pessoas do interior gostam de estacionar, mas não temos espaço de estacionamento. Então, isso é um ponto que tem que ser visto com muito cuidado. Vamos ter uma rua XV linda, arborizada, quiosques modernos e completamente inoperante em termos de trânsito. Precisamos dar condições ao cliente para ficar mais próximo porque as pessoas comentam que queriam vir até a loja, mas não vem porque não encontram vaga para estacionar”, ressaltou.
Outro problema na visão dos comerciantes é a obra afetar diretamente o Natal, data mais importante do ano para o comércio. “Para o comércio fica inviável, a gente já vem de tempos bem difíceis com dois anos de pandemia e muita coisa parada. Esse ano começou lento também, ainda não vimos o crescimento que precisava. Se pensarmos no natal, que é a nossa data mais importante, estarmos com o trânsito parado, ruas com buracos e impedindo as pessoas de transitarem a consequência vai ser muitos comércios fechados. Muitos comércios dependem desta data para sobreviver os outros meses, a gente vai dar os nossos clientes para outras ruas da cidade e a principal rua do comércio ficará prejudicada”, disse preocupada Kelen Borges.
A única forma de ser feita a obra na XV de Novembro, de acordo com os lojistas, seria primeiro rever o projeto para contemplar as necessidades que não foram previstas inicialmente. “Não foi feita nenhuma chamada para que os comerciantes pudessem opinar, como a gente vê a revitalização e qual é a nossa necessidade na rua que mais tem comércio na cidade. Eu gostaria que fosse revisto o projeto para que os comerciantes pudessem opinar, levantar questões, fazer uma votação ou pesquisa. Se eles sabem quais são os comerciantes da XV e só destinar as perguntas para todos. Faz uma pesquisa on-line com perguntas-chaves, o que acha do projeto, perguntas abertas para darmos opinião porque a cidade é de todos. Guarapuava é uma cidade basicamente em cima de serviços e nós temos que pensar que esses serviços precisam ser bem entregues”, explicou Bernardete Sberze.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.